O Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) é um transtorno neurobiológico, de causas genéticas, que aparece na infância e frequentemente acompanha o indivíduo por toda a sua vida. Ele se caracteriza por sintomas nucleares de desatenção, inquietude e impulsividade de maior intensidade do que em indivíduos normais. 

Segundo Vital & Hazin (2008) o TDAH é considerado o transtorno de desenvolvimento que mais acomete crianças em fase escolar e adolescentes, acometendo cerca de 5 % da população mundial. É o diagnóstico mais comum na infância em diferentes sociedades, incluindo o Brasil (Messina & Tiedemann, 2009).

As pesquisas neuropsicológicas atuais indicam que as limitações em quadros de TDAH são verificadas em mais de um domínio cognitivo. Okuda et al (2011) apontam disfunções cerebrais nos lobos frontais (rede frontal-estriatal-cerebelar), normalmente associadas ao funcionamento da dopamina e noradrenalina, que podem ocasionar alterações em mecanismos cognitivos, como atenção sustentada, funções executivas, déficit de inibição motora e agitação psicomotora, sendo estas as funções mais associadas ao possível prejuízo cognitivo relacionado ao TDAH.

Contudo, mesmo com estes padrões, ainda não existem marcadores claros e nem concordância em relação ao diagnóstico, haja vista a inexistência de critérios ou normas que estabeleçam a variação do nível da atividade motora e nível de atenção/concentração que pode ser considerado “normal” e do que deve ser considerado patológico. Portando ainda encontramos muitos discursos errôneos em relação ao TDAH, como a negação do quadro e a “demonização” dos tratamentos existentes, ou ainda a banalização da patologia, levando a diagnósticos excessivos e patologização de comportamentos normais da infância.

É importante não se deixar levar por nenhum discurso extremista, e sempre basear-se em conhecimento científico e comprovado. Neste sentido, diante de uma suspeita de TDAH, a Avaliação Neuropsicológica, torna-se essencial para que seja feito um estudo criterioso e detalhado do caso, aferindo as diversões funções cognitivas, colhendo dados clínicos, familiares e escolares, desta forma contribuindo para um diagnóstico mais seguro e acertado bem como fornecendo as orientações necessárias para a família, criança e escola de como manejar com a situação que afeta á todos.